segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Dias assim...

... em que as nuvens cinzentas nos acordam de manhã,
e a chuva nos escurece os sorrisos.
Dias de aparente tempestade,
onde a vontade se confunde com a ilusão.
Dias em que dizemos sim quando dizemos não,
e dizemos não quando queremos o sim...
Dias em que de manhã o céu é opaco e cinzento
e à tarde nos mostra o brilho do sol e a magia da lua.
Há dias assim...
 
  

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A luz


Fiz esta fotografia, porque relacionei a função de cada muro e reparei que a natureza, através do sol, conseguia mostrar-me que afinal um e outro podiam ser o mesmo.
Um defendia a entrada no lugar, outro, lá dentro, preservava o lugar onde os defensores repousavam definitivamente.
Foi uma das situações em que me fez lembrar aquela velhinha definição sobre fotografia e que diz mais ou menos que a fotografia é a arte de desenhar com a luz.
 
(Em Evoramonte)

 

Sem titulo

...
 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Agora não, ainda não


Já era noite quando aquele homem, em passo apressado, entrou na estação.
Estava frio apesar do casaco lhe fazer crer que não haveria motivo para se sentir assim.
Meteu a mão no bolso e tirou uma nota de 10 euros.
Um homem de cara cheia, rosto gelado e de aspeto simples olhava-o fixamente talvez por se sentir sozinho naquela estação ou apenas porque o frio o impedia de pensar em qualquer outra coisa.
Meio confuso, dirigiu-se à bilheteira e pediu um bilhete para até onde aquele dinheiro desse desde que fosse no próximo comboio que passasse por aquela estação.
O homem da bilheteira olhou-o fixamente por uns segundos. Sem dizer uma palavra viu qual o próximo comboio e até onde daria a nota de 10 euros e deu-lhe o bilhete rodando aquela coisa do tipo “toma lá dá cá”, sempre atento se a nota estava na parte certa e oposta da roda.
O homem recebeu o bilhete e sem sequer olhar qual o seu destino, sentou-se ao fundo da estação. Os seus olhos, meio inchados, manifestavam alguma tristeza e transpareciam água e sal.
Passou pouco mais de um minuto quando o silêncio foi interrompido. O homem levantou-se apressadamente, tirou o bilhete do bolso, amachucou-o como um vulgar papel de pastilha elástica, atirou-o para o canto da sala e saiu.

 
 
 
 
Inspirado na música Agora não, ainda não de Jorge Palma
 
 
Agora não, ainda não
Eu não quero ir já por aí
Mais tarde vou-te encontrar
Tenho assuntos por resolver

Agora não, ainda não
Já conheço o inferno e o céu
E ando a rondar o jardim
Das delícias

Tanto avião a chegar
Tanto avião a partir
E eu recuso-me a viajar agora
Se a lua me inquietar
Se a aurora me proteger
Não estou disposto a ir já embora

Agora não, ainda não
Tenho um grande fascínio por ti
Havemos de discutir
Há mistérios por desvendar
Agora não, ainda não
Há enigmas que só nós dois
Teremos de decifrar
Um dia

Tanto avião a chegar
Tanto avião a partir
E eu recuso-me a viajar agora
Se a lua me inquietar
Se a aurora me proteger
Não estou disposto a ir já embora

Agora não, ainda não
Eu não quero ir já por aí
Mais tarde vou-te encontrar
Tenho coisas por resolver
Agora não, ainda não
Guarda-me esse barco tardio
Dá espaço ao meu coração
Vadio


Tanto avião a chegar
Tanto avião a partir
E eu recuso-me a viajar agora
Se a lua me inquietar
Se a aurora me proteger
Não estou disposto a ir já embora