Fumeiro, Queijo e Pão este fim-de-semana

No Sardoal, claro. 30 de Abril, 1 e 2 de Maio, ou melhor sexta, sábado e domingo. Junto ao Quartel dos Bombeiros. Mais informações aqui. Esta é a 4ª edição. A última vez que se realizou foi em 2006. Ficam aqui algumas fotos desse ano. (No post anterior referi que colocaria as fotos da subida do Tejo, durante a semana a que ele se refere. Questões de trabalho impediram-me de o fazer. Mas elas irão ser colocadas aqui brevemente. Obrigado pela compreensão.)

Sonhos, esperanças e sei lá que mais...

Foi uma daquelas semanas completamente cheias. De tudo... e de nada. Trabalho, mais trabalho, ilusões, desilusões, novas esperanças, esperanças em banho-maria, novas ilusões, novas desilusões... a vida é tão imprevisível! Fim-de-semana à porta e é sábado. Acordo ao som de Rodrigo Leão. "Vida tão estranha", com a voz doce de Ana Vieira. Quem ma recomenda são o Pedro Rolo Duarte e o João Gobern. Aceito o convite e entro na música. E fico. Ando o dia inteiro com esta música no ouvido. Como pode a tristeza ser tão bela? Abriu-se-me o baú!... À noite ponho o CD e torno a ouvi-la. Depois "A nossa vez" e "Não vou ficar" dos Delfins. Acabo por recordar "Aquele inverno". Vem-me à memória um projecto fotográfico ambicioso que ainda está à espera de melhores dias. Como tantos outros… Procuro, no computador, fotografias que me possam dar algum alento. Dou comigo em Constância. Recuei alguns dias e veio-me ao pensamento a sensação que tive quando subia o Tejo a bordo de um pequeno (e potente) barco de pesca, durante as Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem. Houve momentos que nem me lembro sequer do ruído do motor. Lembro-me apenas da sensação de liberdade que a natureza me ia proporcionando. Eram cenários de calma e propícios a pensamentos profundos. Ainda bem que conservamos essas capacidades de sonhar. Quando ela terminar é sinal de que desistimos... de tudo! (Durante a semana colocarei a foto-reportagem deste dia)

Semana Santa na TV e não só…

Vou terminar, por agora, a publicação de fotos sobre a Semana Santa no Sardoal. São fotos de que gosto e que dificilmente seriam publicadas em documentos oficiais. Foi a Semana Santa (ou “Evento Turístico” como já lhe ouvi chamar) em que mais se apostou na sua promoção e divulgação, dentro e fora do concelho de Sardoal. Praticamente foi divulgada em todos os jornais e rádios desta região e até teve honras de televisão (e quem está metido nisto sabe o que custa ter a “televisão” nestas coisas). Podem visualizar a reportagem da TVI (aos 8,58 m) num total de 2,13 minutos e na RTP (aos 11,40 m) num total de 7,20 minutos. Só quem anda muito distraído ou está afastado da realidade que o rodeia é que pode afirmar que a divulgação da Semana Santa está puramente dependente das redes informáticas, facebooks e companhias (claro que são importantes mas...esta discussão fica para mais tarde). Se fosse católico diria “perdoai-lhes senhor, que não sabem o que dizem…”

Heróis como nós!

Confesso que cada vez mais, o meu estômago acusa as notícias diárias sobre os salários dos gestores públicos nomeados por “mérito partidário”, as suspeitas (?) ligações entre a justiça e a política, ou as sub-contrapartidas dos submarinos ou ainda as jogadas dos bastidores do poder que a face oculta nos vai revelando, entre outros, claro. Tudo é mau, nesta treta de país. Mas mesmo tudo? Talvez não. Aos domingos, entre as onze e o meio-dia, na Antena 1, Madalena Balça, mostra-nos um país também ele real, de homens e mulheres, grandes em convicções, de pessoas que se entregam voluntariamente às mais variadíssimas causas. Muito interessante a entrevista a Aníbal Duarte de Almeida, de 84 anos que gere a instituição Casa dos Pobres de Coimbra. Sempre que há uma vaga, lá vai ele à lista de espera que tem, neste momento, 433 inscritos. Se tiver um tempinho ouça esta emissão enquanto trabalha no seu computador, enquanto faz outra coisa qualquer. Garanto que não se vai arrepender. Pode acompanhar aqui o blogue e pode ouvir aqui o programa. Ah, entretanto, li esta semana no jornal O Mirante, que o Projecto de Luta contra a Pobreza em Alpiarça está na mesma, ou seja, suspenso ( ver post de Março deste objectivasubjectiva). Mas a curiosidade é que os técnicos continuam a receber o seu salário (o ponto de discórdia) sem exercerem qualquer actividade. “Limitam-se, na prática, a picar o ponto no inicio do dia e depois no final do horário de trabalho, sem qualquer atribuição laboral específica”, refere o mesmo jornal. Isto vai para oito meses. São salários entre os 1400 e os 2400 € que vos lembro. Dito isto fico na dúvida: o que quererá dizer “Heróis como nós” ?...

Os Fogaréus, em Sardoal, em 2010.

O dia foi-se finando. Devagar. A negritude instalou-se e no breu furtivo ressalta o recorte fusco do antigo casario. Parece que o Sardoal se quedou no fundo das memórias ancestrais. Mais sobre esta procissão aqui . Nota – Estas fotografias foram todas captadas em ambiente natural, sem flash electrónico e sem o recurso a qualquer tipo de apoio (tripé ou monopé). Todas as fotos foram captadas com a máquina na mão, em modo manual e sem qualquer tratamento informático final. Apenas foram feitos pequenos ajustes de ajuste de cor e exposição.